Da Insuficiência à Totalidade

06-07-2022

Encontrar a palavra certa no turbilhão de pensamentos que muitas vezes repetes até à exaustão, requer uma prática profundamente objetiva. No poço fundo do sofrimento, dessas palavras que ganharam forma à conta de crenças herdadas e outras crenças que acumulaste ao longo da vida, há que criar espaço para uma implacável clareza ... o Raio de Luz e a sua Voz Trovão, que queima e elimina a mancha densa que, ali, naquele lugar da memória, insiste em repetir vezes sem fim a mesma história. O lugar do sofrimento é o conhecido, o lugar que julga conseguir controlar os acontecimentos para que a sua história seja perpétua ... é que, para que te sintas a viver, tens que contar a mesma história de ti a ti mesma todos os dias, não importa se bem ou mal, o que importa é contar, isto é, sobreviver na mesma narrativa ... porém ... serás Tu, essa que retratas na história?   

Conheces a tua Voz Trovão? A Natureza conhece essa voz e sabe que está dentro ti, aliás, a natureza quer ouvir essa Voz, tal qual se ouve a si mesma! O que te leva a crer que uma tempestade ou o céu azul não é um reflexo de ti ou até tu mesma?  ... ah ... já sei ... é que a natureza é muito grande ... e tu és tão pequena.  

Serás Tu, volto a perguntar? A que está a sentir-se menos do que aquela? Serás Tu a que não tem o mesmo que aquela? Serás Tu, a que não sabe tanto como aquela ... serás Tu? Na sociedade em que crescemos, somos imunes aos complexos de inferioridade e superioridade? Será possível ser imune a esta doença psicológica? 

E se eu disser que, tudo o que apresentas e como te apresentas é para Ti? Não é para mais ninguém .... pois para além de Ti, não há ninguém! Não haver ninguém para além de Ti é algo tremendamente assustador, não é? E se de repente levas com um raio na cabeça ... ?

A tua crise psicológica é como a tempestade e o relâmpago é a luz que te mostra as imagens que produzes de ti mesma. A sensação no corpo é tremenda, o relâmpago queima as tuas células, dá-lhe o sintoma, elas ardem e inflamam para que sintas o fundo, a mentira e a ilusão ali, no teu corpo doente ... esta é uma oportunidade para deixar morrer o que já não serve o Teu Caminho. Se lanças a tua Voz Trovão, o Som da Memória rompe pelo espaço para que essas imagens sejam devolvidas ao infinito dos céus, e saiam do teu espaço fragmentado e doente, carregado de sofrimento. Memória e corpo retêm as imagens da tua ignorância ... mas repara, estás na Terra! Tu és a contadora de histórias que a Natureza anseia escutar! Entendes que tu e a Natureza são a mesma? Ambas contam as histórias dos seus Ciclos de Vida ... e ambas sentem também o perfume da Ascenção! O seu próprio perfume, renovado a cada novo ciclo! 

Entre nós, nesta sociedade de tantos valores invertidos, há um lugar seguro, um céu aberto para essa Voz Trovão! Um lugar que nasce e que ganha força nos nossos dias! O Círculo! O que se sente num círculo, cuja energia é sustentada pela Unidade, é a força do Ilimitado  ... o que nos leva a competir umas com as outras é a sensação de que somos ameaça umas para as outras ... mas no círculo essa sensação desaparece ... porque em círculo a Voz da Unidade revela a Verdade, somos Um Só! A tua Voz Corpo/Trovão, na catarse e fundida na Unidade mostra a Evidência! É evidente que não és quem pensas ser ... a tua mente repetitiva cala-se porque o chão é novo e finalmente desconhecido ... há enfim lugar para Ti! Tu Deusa Criadora do Novo Mundo! O que fica é a tua essência, ali, nua como a luz nua de um relâmpago, e o que se escuta quando cantas o teu chão novo, é a Tua Voz Trovão!